quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O Amor Quando Se Revela - Fernando Pessoa



O amor,

quando se revela,

não se sabe revelar.

Sabe bem olhar p'ra ela,

mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente

não sabe o que há de dizer.

Fala: parece que mente.

Cala: parece esquecer.

Ah, mas se ela adivinhasse,

se pudesse ouvir o olhar,

e se um olhar lhe bastasse

pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito,

cala;

quem quer dizer quanto sente

fica sem alma

nem fala,

fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe

o que não lhe ouso contar,

já não terei que falar-lhe

porque

lhe estou a falar...

(Fernando Pessoa)



Certa vez lemos uma história...

Certa vez lemos uma história que nos levou a refletir em que consiste a verdadeira felicidade.

Foi narrada por uma moça que se sentia momentaneamente infeliz e, Andando pela rua viu um homem puxando uma carroça.


Ao observar a cena pensou: Pobre homem! Fazendo o trabalho de um animal irracional, isso é que deve ser infelicidade!

Aproximou-se e lhe perguntou: O senhor é muito infeliz, não é? Afinal fazendo um trabalho desses...

Confessa ela que o homem fê-la mudar a paisagem íntima, ao responder entusiasmado:
- Não senhora! Sou uma pessoa muito feliz. Tenho saúde que nem mesmo preciso de um animal para puxar minha carroça. Tenho força, consigo o meu sustento passeando pela cidade e ainda ganho saudações de pessoas bonitas como a senhora.

Só não sou mais feliz, porque não vejo todas as pessoas do mundo sorrindo.

Como podemos perceber, a felicidade consiste em cada um contentar-se com o que tem.

(autor desconhecido)