Mas deixem que existam espaços na sua união,
E deixem que os ventos celestes dancem entre vocês
Amem-se uns aos outros,
mas não forjem um elo de amor:
Deixem que ele seja um mar
se movendo entre as praias de suas almas.
Encham as taças uns dos outros, mas não bebam de uma só taça.
Compartilhem o pão, mas não comam da mesma bisnaga.
Cantem e dancem juntos e sejam alegres,
mas deixem que cada um de vocês fique sozinho,
Como as cordas do alaúde estão sozinhas,
embora vibrem com a mesma música.
Doem seus corações, mas não para que os outros guardem.
Pois só a mão da vida pode conter seus corações.
E fiquem juntos, mas não perto demais;
Pois os pilares do templo se erguem afastados,
E o carvalho e o cipreste não crescem fazendo sombra um ao outro.
(Gibran Kahlil Gibran)