sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Morre Lentamente

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois, quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante.

Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
(Martha Medeiros)

O Beijo e as Doenças

O Carnaval é a época mais esperada por quem entende a folia como pretexto para beijar, e muito. Entretanto, por trás da sensação prazerosa de beijar escondem-se riscos de saúde, como a contração de alguns tipos de doenças.



A boca é extremamente contaminada. Ela é uma porta de entrada, porque o ambiente escuro e úmido é propício para o desenvolvimento de doenças, diz a dentista especializada em halitose Ana Kolbe. Além de cáries e gengivite, pode ocorrer a transmissão de hepatite B, herpes, sífilis e mononucleose. O infectologista Paulo Olzon faz um alerta:


Ao beijar muitas pessoas pode-se adquirir uma série de doenças de forma desnecessária", acredita. Para se proteger, a dentista aconselha manter uma boa higiene bucal com o uso de fio dental, escova e raspador de língua, uma vez que ela é o maior nicho de bactéria. Outra dica da especialista é ingerir dois litros de água ao dia para estimular a produção de saliva, que funciona como um detergente oral.


"No Carnaval, é preciso ter a consciência de que vai haver uma troca de bactérias durante o beijo. Portanto, não deixe um ambiente favorável para doenças na sua boca". Confira as principais doenças transmitidas."


Hepatite BO:

O médico lembra que a infecção por Hepatite B é mais rara, porque a maioria das pessoas é vacinada no País. Contudo, como há o risco, é bom atentar-se aos sintomas, como icterícia (coloração amarela da pele), urina escura, fezes claras e, em alguns casos, dores nas juntas. Não existe um tratamento específico. Por este motivo, Olzon afirma que o melhor é a observação do paciente.


Herpes:

O infectologista Paulo Olzon ressalta que a herpes é uma doença para o resto da vida. Ela é transmitida por vírus e não tem tratamento eficaz. Os primeiros sinais são lesões em forma de pequenas bolhas agrupadas que, em quatro ou cinco dias, se transformam em feridas. A cicatrização ocorre espontaneamente.


Mononucleose:

Conhecida popularmente como "doença do beijo", a mononucleose é infecciosa e causada pelo vírus Epstein-Barr. Na primeira fase da doença, os principais indícios são mal-estar, dores de cabeça, dores musculares, dores de barriga, falta de apetite e cansaço. Já na segunda, que é a mais crítica, o paciente apresenta inchaço dos gânglios, dores de garganta, febre moderada, inflamação do fígado e hipertrofia do baço. O tratamento consiste em apenas aliviar os sintomas com antitérmicos, analgésicos e antiinflamatórios, uma vez que a cura vem com tempo.


Sífilis:

Apesar de ser mais conhecida como doença sexualmente transmissível, a sífilis também pode ser transmitida por meio da saliva. Na fase primária, ela ataca os órgãos sexuais, enquanto na segunda surgem lesões avermelhadas no corpo e na palma da mão, febre e aumento dos gânglios. De acordo com Paulo Olzon, a cura é definitiva e realizada com antibiótico.

Mantenha uma boa higiene dental para diminuir o risco de doenças!
(Redação Terra)